Petrópolis é a cidade mais segura do Estado, diz Ipea. Município é o único do Rio de Janeiro a estar entre os 30 menos violentos do Brasil

Philippe Fernandes (Diário de Petrópolis: http://diariodepetropolis.com.br/integra/petropolis-e-a-cidade-mais-segura-do-estado-diz-ipea-151533)

Petrópolis é a única das cidades do Estado do Rio com população acima de 100 mil habitantes que figura entre as cidades com melhores índices de segurança do Brasil. De acordo com o Atlas da Violência, divulgado na semana passada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o município é o 28o mais seguro do país.

Os dados se referem a 2016. Foram pesquisadas 309 cidades de médio e grande porte do país. Para o cálculo, o principal índice levado em consideração é a taxa de homicídios por 100 mil habitantes. Na primeira colocação, está Brusque (SC), com taxa de 4,8 homicídios por 100 mil habitantes. Em Seguida está Atibaia, com 5,1; Jaraguá do Sul (SC), com 5,4; Tatuí (SP), 5,9; e Varginha (MG), com 6,7.

Petrópolis tem taxa de 10 homicídios por 100 mil habitantes. Conforme o Diário mostrou recentemente, o índice é muito abaixo do registrado nas médias do Estado e do país. O resultado coloca o município à frente de cidades como Santos (SP), Blumenau (SC), Maringá (PR) e Barbacena (MG).

O resultado da pesquisa confirma, ainda, a boa fama de tranquilidade que a região serrana do Rio ainda possui: a segunda cidade mais segura do Estado é a vizinha Teresópolis, teve taxa de 13,2 homicídios por 100 mil habitantes em 2016 e ficou em 44º lugar no país. Nova Friburgo é a terceira do Estado e a 82ª do Brasil, com uma taxa mais alta: 19,4 homicídios por 100 mil habitantes.

Entre as cidades do interior fluminense que figuram no ranking, estão ainda Barra Mansa, com 20 homicídios por 100 mil habitantes, Volta Redonda, com 26,2; e Resende (32,5).

Municípios da região metropolitana figuram com índices mais altos: o Rio tem taxa de 34,9 homicídios por 100 mil habitantes; Maricá, 36,7; Niterói, 38; e São Gonçalo, a mais violenta do Estado, 43,9.

O que chama atenção, no entanto, são os altos índices de criminalidade de cidades do interior do Estado: em Macaé, no norte-fluminense, a taxa de homicídios é de 48 por 100 mil habitantes; em Cabo Frio, 53,7; em Campos, 55,8; e em Rio das Ostras, 62,2. A cidade mais violenta do Brasil também está no Rio: é Queimados, na Baixada Fluminense, com taxa de 134,9 homicídios por 100 mil habitantes.

Brasil

O Atlas da Violência 2018 mostrou que o número de homicídios continua crescendo no país e a taxa já chegou a 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes. Foram 62.517 homicídios registrados em 2016, número 30 vezes superior ao registrado na Europa.

O aumento do número de casos de homicídio segue tendência do Estado. Entre 2006 (quando 7.389 pessoas foram mortas) e 2012 (quando o número caiu para 4.772), o Rio de Janeiro tinha uma curva decrescente. Depois daquele ano, os índices voltaram a subir até 2015, quando houve nova queda, interrompida pelos dados de 2016 – no ano em que foram realizadas as Olimpíadas, 6.053 pessoas morreram. O Rio de Janeiro é a 13ª unidade da federação mais violenta do país, com uma taxa de 36,4 mortes por 100 mil habitantes, índice acima da média nacional.

Apesar de acompanhar tendência nacional, o Estado foi o que mais registrou mortes decorrentes de intervenções policiais, casos conhecidos como “autos de resistência”. Entre 2006 e 2016, foram 3.301 casos.

Os dados do Atlas da Violência mostram, ainda que, apesar do alto índice nacional, há uma disparidade entre os Estados. A menor taxa de homicídios do país é a de São Paulo (10,9). Nos estados do Norte e do Nordeste, a situação é bem diferente: em Sergipe, foram 64,7 homicídios a cada 100 mil habitantes; em Alagoas, 54,2; e no Rio Grande do Norte, 53,4.

A taxa que mais cresceu nos últimos dez anos foi a do Rio Grande do Norte, com 256,9% casos a mais em 2016 na comparação com 2006. Em outros três locais, o crescimento da violência também superou 100%: Tocantins, Maranhão e Sergipe. O caminho inverso foi seguido por São Paulo, onde houve queda de 46,10%. O estado mais populoso do Brasil foi um dos sete que conseguiram reduzir os índices, ao lado do Rio, Espírito Santo, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná e Distrito Federal.

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